Marie Claire Suíça – Novembro de 2025: Neuroarquitetura: Quando o cérebro pede conforto de outuno
Marie Claire Suíça – Novembro de 2025: Neuroarquitetura: Quando o cérebro pede conforto de outuno
Temos o prazer de compartilhar o resumo do artigo assinado por nossa fundadora, Renata Koglin, arquiteta de interiores e especialista em neuroarquitetura e design biofílico, publicado na edição de novembro de 2025 da Marie Claire.
O artigo, intitulado “Quando o cérebro pede meias”, explora como nossos desejos sazonais de decoração não são simples “caprichos”, mas respostas neurológicas profundas ligadas ao outono. A neuroarquitetura — ciência que estuda a influência dos espaços sobre o nosso cérebro e sistema nervoso — explica por que transformamos intuitivamente os ambientes da nossa casa nessa época do ano.
Princípios essenciais para um interior alinhado ao bem-estar
Renata Koglin detalha como o ambiente conversa com nosso humor, sono e capacidade de concentração (luz, sons, materiais, organização dos cômodos). Com menos sol e dias mais curtos, o cérebro interpreta esses sinais como um convite para desacelerar.
Luz e Humor:
A luz quente reduz a produção de cortisol, hormônio do estresse, e estimula a melatonina, hormônio do descanso. Trocar uma lâmpada branca fria por uma lâmpada dourada ajuda o corpo a relaxar. O outono pede tons acolhedores e o uso de dimmers.
Inteligência Sensorial:
Texturas envolventes — como lã, veludo e madeira — funcionam como sinais táteis de segurança. Elas indicam ao sistema nervoso que ele pode baixar a guarda. Sobrepor texturas cria uma “sensação de abraço”.
Organização e Acalmamento:
Elementos simples, como tapetes, absorvem ruídos e reduzem a sensação de estresse. A organização do espaço também desempenha um papel importante: por exemplo, móveis dispostos em círculo favorecem o diálogo. Grandes janelas voltadas para a natureza estimulam o córtex pré-frontal e acalmam a amígdala.
Criação de Refúgios:
É recomendável criar “abrigos” — como uma poltrona próxima à janela ou um canto de leitura — e trazer a natureza para dentro (cores terrosas, galhos, folhas), ajudando a desacelerar o ritmo interno.
Quando a casa se torna cúmplice
O outono, longe de ser uma estação melancólica, é um convite à presença. Quando bem projetada, a casa deixa de ser apenas um abrigo e se transforma em uma verdadeira parceira, que ajuda ativamente a alinhar nossos sentidos com a estação. Essa prática é a arte de ouvir as necessidades dos espaços tanto quanto os moldamos.
Neste período de transição, o design biofílico e a neuroarquitetura nos lembram do essencial: criar espaço para que o nosso cérebro possa, finalmente, simplesmente ser.